Quinta-feira
26 Dezembro 2024
11:53
Formulário de Login
Pesquisar
Calendário
«  Dezembro 2024  »
STQQSSD
      1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
3031
Arquivo de postagens
Estatísticas

Total Online: 1
Convidados: 1
Usuários: 0

D O B U R U

PARTE II

ATABAQUES - PARTE II







Atabaques Bantu


.....as casas de Tradição Bantu chamam seus tambores de Jingomas (plural de Ngoma), os de

afinação grave são chamados "Roncador” (embora essa definição provavelmente venha do

Iorubá / gege: "Ilu Rum”, que significa "Tambor que ronca”), os de afinação média, "Socador” e os de

afinação aguda "crivador”.

O hábito de se usar os tambores Jingoma em trio é proveniente, prinicipalmente, do povo Tchokwe e

dos Lunda Kioko (que deu origem, no Brasil, ao culto Omolokô). Outros povos da cultura Bantu como

Nkongo, Ngola, Shona, Moçambique (Yangana), Zulu, Bemba (Zâmbia), Ajaua (Zimbábue), Lingala

(Zaire) e outros faziam uso de quatro ou cinco Jingomas..

Na antiguidade africana e brasileira encontramos as seguintes denominações para o trio de

tambores:

Ngoma Tixina = Grave

Ngoma Mukundu = Médio

Ngoma Kasumbi = Agudo

ou

Ngómba = Grave

Ngónje = Médio

Gongê = Agudo

Na África Bantu, esses tambores possuem o nome genérico de Ngoma, mas há tambores com

funções e nomes particulares:

Ngoma Chikulu (Grave), Ngoma Nchinga (Médio) e Ngoma Shingomane (Agudo) – Tambores usados

pelos Shangana e pelos Chope em Moçambique;

Há também os tambores Bikula, instrumentos de 80 centímetros a um metro, tocados no alto, de pé, e

que só existiam nas casas dos grandes chefes.

Os Zimpungi, chamados de  "pontas de elefante” , que também são três  (Nuni, Nkazi e Muana    -

marido, mulher e filho).

Há ainda em algumas regiões de Angola, o grande tambor Ngundu-lilu, de três ou quatro metros de

altura e os tambores comuns chamados Zindundungu, tambores menores.

No Brasil encontramos ainda as seguintes denominações (que variam de terreiro a terreiro):

Candongueiro, Tantã, Macumba, Caxambu, Tambor-de-crioulo, Carimbó, Tambu, Encomba, Incomba,

Ingono, Pai João, Mãe Joana, Sangaviva, Gambá, Zampé, Guzuunga, Chama, Chamador, Cadete, Pai

Tôco e Agida. Na América Central são encontrados como Encomo, Makuta, Bencomo, Cosilleremá,

Tahona, Tumbadeira, Bongô (tambor de origem egípcia) Quinto, Tumbadora, Tumba e Conga.

Esses últimos termos foram usados comercialmente para definir, genericamente, no Brasil, os

tambores de origem Bantu e gradativamente estão substituindo os atabaques nos terreiros

Angola / Congo e nas Umbandas, principalmente.

Os Yorubá chamavam seus tambores, genéricamente de Ilus, embora esta denominação seja mais

comum nas tradições de origem Nagô / Ijexá, com seus tambores cilíndricos: Yan (tambor grave),

Melé (tambor médio), Oncó (tambor agudo). As nações Yorubás na África, possuíam um tambor

especial dedicado a cada divindade, ou seja, cada orixá possuía seu tambor. Seria muito extenso

colocarmos aqui todos os nomes dos tambores por lá utilizados, já que entre os Yorubás existem

cerca de 600 divindades. Lembramos apenas que alguns nomes de ritmos ritualísticos que existem

no Brasil, na África são nomes de tambores, tais como o Igbim e o gigantesco tambor Sató.

Os nomes Rum (tambor grave)/Pi (tambor médio)/Lé (tambor agudo) provém, originalmente, dos Fon /

Gêge e foram apropriados pela cultura Yorubá e Bantu no Brasil. Os atabaques brasileiros são

conhecidos com estes nomes.

Fonte: texto Mestre Obashanan