Exu (origem africana) é o símbolo da fecundação e desenvolvimento.
Carinhosamente tratado como "Compadre", amigo íntimo sempre presente para defender seu protegido.
Não se pode de forma alguma relacionar os espíritos obsessores aos Exus, que realmente existem e viveram encarnados na Terra.
Não se pode de forma alguma confundir os Exus com o "Diabo", ser criado por outra religião.
Eles são orientados por Guias (Caboclos e Pretos Velhos). Trabalham como intermediários entre os Orixás e os homens em missão do bem para a humanidade. Formam numerosas Falanges, todas lideradas por grandes Chefes agindo no nosso mundo.
São criaturas como nós, já tendo encarnado e desencarnado na Terra por muitas vezes. Muitos até exerceram aqui no mundo os mais altos postos e posições, por seu saber e inteligência, onde cometeram grandes males, provocaram guerras, mas hoje, no espaço, esses sofredores orientados, buscam se regenerar.
Por suas condições, os Exus são usados, digamos assim, pelos Orixás e pelos Guias, para levar a justiça onde for preciso; dai atuarem também no terreno do mal, no sentido exceto da palavra, pois é a justiça do alto em ação, funcionando contra os perversos, os injustos, os desonestos, enfim.
Quando são bem recebidos, amados e respeitados, pelas suas vibrações poderosas, eles realizam trabalhos maravilhosos de curas, dão conselhos edificantes, praticam enfim o bem, semeando o eterno amor. São sublimes as suas realizações e sua atuação dentro da Umbanda prestando caridade é uma constante.
O clima que eles criam, de puras e sadias vibrações, beneficiam a todos os presentes, proporcionando-lhes alegria e contentamento. Devido à cobiça ou à ignorância de muita gente que os conhece mal, consideram eles maus, interesseiros, vingativos
As pessoas que andam certas na vida não devem temê-los, porque eles nada têm a ver com elas, só com os maus intencionados, os corruptos, os perversos, os interesseiros. Outras pessoas, como retorno dos males que mandaram-nos praticar em troca de presentes ou agrados, sofrem a lei do retorno.
Tal como nós, também um dia penetrarão na senda do amor, onde milhares deles já se encontram marchando rumo à perfeição, pois como tudo na natureza, na criação divina, também estão sujeitos à eterna lei da evolução, que conduz à felicidade eterna e verdadeira.
Exu é quem orienta os trabalhos práticos, abrindo as cerimônias como um guardião, sentinela e protetor de um Centro. Os trabalhos dos Compadres, suas provas assombrosas de força e poder, suas curas maravilhosas nas enfermidades dadas por incuráveis, nos mostra sua beleza de intenções.
Toda pessoa tem seu Exu particular, responsável pela força necessária ao seu desenvolvimento.
O vermelho e o negro são as suas cores representativas. O negro representa todo o culto em potência, sem diferenciação, sendo o primeiro elemento que dinamiza o culto e permite que ele se manifeste. Por coincidência ou não, no espectro visível do olho humano, vermelho é a vibração de menor frequência, abaixo do nível da qual tudo é negro, ausência de luz.
Sendo o senhor dos limites, inclusive no horário, seu momento mais próprio não poderia ser outro senão a fronteira entre os dias, isto é, a meia-noite.
Existem Exus na terra, no fogo, na água e no ar, bem como nas combinações desses elementos e nos estados de transição entre eles, incluindo os cemitérios. Têm a encruzilhada em "X" como seu local de força, por ser dominador de todos os caminhos.
Os Exus não possuem somente os nomes comumente conhecidos como Exu Marabô, Tiriri, Mangueira, etc. Têm seus nomes esotéricos ou cabalísticos: "Exu Tranca-Ruas", cujo nome esotérico, Senhor TARKEMACHE, que viveu neste mundo encarnado no Castelo de Cordevillee, sendo doutor e príncipe da Corte Francesa, na época de Richelieu; "Exu Tata Caveira", cujo nome esotérico, senhor PROCULO, foi químico; "Exu Meia-Noite", cujo nome esotérico, senhor HAEL, era um homem muito rico e belo, viveu em Apuaruma, terra onde hoje só existem vestígios e destroços, localizada na Serra do Congogi. Os Exus também podem possuir um terceiro nome, além do esotérico e do nome vulgarmente conhecido, isto é, o nome entre eles exus. Este nome é de conhecimento somente daqueles que são ligados estreitamente a eles e que ganharam sua confiança.
Exu abre as cerimônias do terreiro em dias de festa e de outras obrigações, é porteiro das matas, dando início para a colheita das ervas; dá conselhos, servindo de intermediário dos Orixás, aos homens; é controlador dos Eguns, inclusive determinando suas reencarnações e interlocutor nos jogos de búzios.
Nos Terreiros, Exu tem sua casa próximo à entrada dos mesmos, denominada "Ailê Okutá" ou "Ilêxus".
O "Padê" que se oferece a Exu no início dos trabalhos, quando se diz que está "despachando Exu", na realidade significa que estamos pedindo a Exu para botar para fora da casa os maus espíritos, permanecendo o Exu da Casa em seu devido lugar, ou seja, na porteira do Terreiro.
Os Exus normalmente aceitam qualquer comida, como bife cru ou cozido no azeite de dendê, com ou sem cebolas em rodelas, farofa d'água, de mel, de dendê, de fubá de milho, etc. Gostam de bebidas tais como Cachaça (marafo), Whisky, Vodka, sendo a primeira mais comum a eles. Apreciam charutos como também cigarros de palha, sendo machos, e cigarros comuns, quando fêmeas (pombagiras) .
Os Exus, assim como apreciam as comidas e as bebidas, também apreciam a indumentária, quando incorporados em seus "burros" (médiuns).
Através do tempo, o Exu poderá atingir graus de evolução espiritual enormes, de tal forma que poderão passar a integrar as falanges dos Caboclos e dos Pretos Velhos, praticando somente o bem, pelo simples prazer de praticá-los, porém não mais como Exus, mas sim como Caboclos e Pretos Velhos.
A "Pombagira", a chamada mulher de 7 exus, tem o seu nome esotérico KLEPOTH, que significa "a maldade em figura de mulher". Entretanto, o significado desta palavra não espelha a realidade, pois são criaturas idênticas aos Exus machos, com o mesmo objetivo e missão.
A "Pombagira Maria Padilha", cujo nome esotérico de Exu-fêmea é KLEPOTH, foi rainha dos mouros e amante do rei Felipe II.
As rosas são flores de preferência das Pombagiras e indicam a magia, nem sempre precisam ser vermelhas.
Seu nome ... eu não sei !
Sua origem ... eu não sei !
São poucos e menos importantes os "não sei", pois ...
Eu sei ... do seu amor !
Eu sei ... das suas palavras de carinho, das palavras de consolo e das palavras aconchegantes a quem precisa e à procura !
Eu sei ... de sua fé num mundo melhor, sem injustiças, ódios, invejas e destruição !
Eu sei ... de suas caridades !
Enfim, eu sei e conheço sua história !
Que você possa continuar sua caminhada à evolução !
Que você estenda cada vez mais suas obras entre nós !
Que Deus continue a iluminar-te !
(Com carinho ... José Roberto)
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiros porque tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.
O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.
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Colocar cortina para cobrir o Gongá em dias de Sessão de Exu;
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Considerar os médiuns que trabalham com Exus ou Pombagiras como perigosos, como assim era de crer naquela época remota;
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Não permitir que os médiuns do terreiro trabalhem como Exus e Pombagiras, como alguns chefes de terreiros daquela época então procediam;
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Pensar que Exu ou Pombagira são entidades negativas;
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Considerar ainda nos dias de hoje que OMULU seja Exu e não Orixá;
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Exigir que Exus ou Pombagiras incorporem de costas para o Gongá;
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Pensar que somente na grande hora (meia-noite) seriam horas que Exu ou Pombagira poderiam incorporar;
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Pensar que um médium após trabalhar com Exu ou Pombagira terá de ser descarregado por um Caboclo ou Preto Velho;
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Pensar que Exu e Pombagira só trabalham falando "palavrões" e bebendo. Isto é a má orientação dada pelo chefe do terreiro que não respeita a entidade e nem se faz respeitar.
Nos Catimbós, Mestre é nome dado também ao médium dirigente dos trabalhos das sessões.
Os Zé Pelintra (também chamado de Malandros), são comandados pelas entidades chefes que incorporam no Catimbó como Mestre Carlos, Mestre Luís, Mestra Benevenuta, etc...
Veste-se de branco e usa chapéu de aba mole, lenço vermelho no pescoço e bengala.
Gosta muito de uma boa farofa de carne-seca, aprecia um bom camarão frito, cigarro e uma cerveja gelada. Ele "gosta" de receber suas oferendas na portas de botequins ou nas subidas dos morros.
Sou EXÚ, Senhor Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade Tu o és, como és o meu Criador.
Formaste-me da Poeira Ástrica, mas como tudo o que provém de Ti, sou real e eterno.
Permite, Senhor, que eu possa servir-te nas humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos.
Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim, no entanto, nem suspeitam que nada mais sou que o reflexo de si mesmos. Não reclamo, não me queixo, porque esta é a Tua vontade.
Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da Terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes sou arrastado à descrença, à confusão e à ignomínia, pois esta é a condição que Tu me impuseste.
Não reclamo Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos que criaste à Tua imagem e semelhança serem envolvidos pelo turbilhão de iniquidades que eles mesmos criam e, eu, por Tua Lei inflexível, delas tenho de participar.
No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro em algum coração um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade.
Aceito, sem queixumes, Senhor, a Lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais, porque os homens até hoje não conseguiram compreender-me.
Peço-Te oh! Pai Infinito, que lhes perdoe.
Peço-Te não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os Teus humanos filhos.
Perdoa-os, e toma-os bons, porque somente através da bondade do seu coração poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.
LEURUTY (EXÚ TIRIRI)
(Psicografado por A. J. Castro)
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O padê de Exu...
Exu come tudo e ganha o privilégio de comer primeiro
Exu era filho caçula de Iemanjá e Orunmil Irmão de Ogum, Xangô e Oxóssi
Exu comia de tudo
E sua fome era implacável.
Comeu todos os animais da aldeia em que vivia.
Comeu os de quatro pés e comeu os de pena.
Comeu os cereais, as frutas, os inhames, as pimentas.
Bebeu toda a cerveja, toda a aguardente, todo o vinho.
Ingeriu todo o azeite de dendê e todos os obis.
Quanto mais comia, mais fome Exu sentia.
Primeiro comeu tudo de que mais gostava,
Depois começou a devorar as árvores,
Os pastos, e já começava engolir o mar.
Furioso, Orunmilá compreendeu que Exu não pararia
E acabaria por comer até mesmo o Céu.
Orunmilá pediu a Ogum
Que detivesse o irmão a todo custo.
Para preservar a Terra e os seres humanos e os próprios orixás,
Ogum teve que matar o próprio irmão.
A morte, entretanto, não aplacou a fome de Exu.
Mesmo depois de morto,
Podia-se sentir sua presença devoradora,
Sua fome sem tamanho.
Os pastos, os mares, os poucos animais que restavam,
Todas as colheitas, até os peixes iam sendo consumidos.
Os homens não tinham mais o que comer
E todos os habitantes da aldeia adoeceram
E de fome, um a um, forma morrendo.
Um sacerdote da aldeia consultou o oráculo de Ifá
E alertou Orunmilá quanto ao maior dos riscos:
Exu, mesmo em espírito, estava pedindo sua atenção.
Era preciso aplacar a fome de Exu.
Exu queria comer.
Orunmilá obedeceu ao oráculo e ordenou:
"Doravante, para que Exu não provoque mais catástrofes,
Sempre que fizerem oferendas aos orixás
Deverão em primeiro lugar servir comida a ele”.
Para haver paz e tranquilidade entre os homens,
É preciso dar de comer a Exu,
Em primeiro lugar.
Joécio Dias
Ipadé e Padê
O Ipadé (também chamado popularmente, embora erradamente, de Padê) de Exú é um ritual executado antes de qualquer cerimónia interna ou pública do Candomblé, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado.
De manhã, consuma-se o sacrifício; os preparativos culinários e a oferenda às divindades ocupam o restante do dia; a cerimónia pública propriamente dita começa ao fim da tarde, quando o sol se põe e prolonga-se por muito tempo, noite adentro.
Qualquer cerimónia tem início, obrigatoriamente, com o Padê de Exú. Costuma-se dizer que essa cerimónia é para despachar Exú, mas isso não é correcto, pois com esta cerimónia apenas colocamos Exú como guardião e mensageiro, para avisar os Orixás de que estaremos precisando das suas presenças no Aiyé (Terra).
Exú é, na verdade, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o intérprete que conhece ao mesmo tempo a língua dos mortais e a dos Orixás. É pois ele o encarregado – e o Ipadé não tem outra finalidade – de levar aos Orixás o chamamento dos seus filhos.
O Ipadé é celebrado por duas das filhas-de-santo mais antigas da casa, a Dagã e a Sidagã, ao som de cânticos em língua Iorubá, cantados sob a direcção da Iyà Têbêxê e sob o controle do Babalorixá ou Yalorixá, diante de uma quartinha com água e um prato de barro contendo o alimento de Exú, e um outro recipiente com o alimento favorito dos ancestrais.
Embora o Ipadé se dirija antes de tudo a Exú, comporta também obrigatoriamente uma cantiga aos mortos (Essá) ou para os antepassados do Candomblé, alguns de entre eles são mesmo designados pelos seus títulos sacerdotais.
A quartinha, o recipiente e o prato serão levados para fora do barracão onde se desenrolarão as restantes cerimónias.
A festa propriamente dita pode então começar.
Obs.: Não confundir Padê (que significa a comida de Exú) com Ipadé (que significa Encontro) que é a cerimónia propriamente dita.