- Salve Senhor, obrigado por tudo.
- Salve moço, mas levante-se.
– Ordenou-me e continuou:
- Estou aqui por um motivo. Por que lhe preocupam tanto as críticas moço?
- Não sei Senhor, mas elas me incomodam. Talvez seja porque sei que o que escrevi é verdade, mas me incomodo pelas pessoas acharem que possa ser besteira.
- Entendo, mas se você sabe e concorda que é verdade, isso não seria o bastante para fazê-lo deixar para lá tudo isso e continuar seu trabalho?
- Sim concordo, mas tudo isso não deveria ser divulgado cada vez mais às pessoas para que elas possam se servir de todas as possibilidades disponíveis a elas?
- Esse trabalho de divulgar cabe a você moço, mas não espere que todos entendam ou concordem. Faça sua parte e deixe que cada um aproveite como quiser.
- Entendi, vou fazer assim então Senhor.
- Muito bem moço. Agora vamos ao trabalho, vim aqui porque quero lhe mostrar algo para justificar seu trabalho e tudo o que eu lhe disse até agora. Deite-se na intenção de desdobrar-se, que eu o conduzirei.
- Sim Senhor. Respondi já voltando para a cama. Após as orações habituais e relaxamento, adormeci e vi-me desdobrado ao lado da cama, o Guardião à minha frente apontou-me uma passagem na direção em que, no material, ficava a janela do quarto.
- Essa passagem fica sempre aqui? Perguntei preocupado.
- Não moço, eu abri esse portal para que pudéssemos ir rápido ao local que quero mostrar-lhe.
- Então vamos que já estou ansioso! Respondi com um sorriso.
- Isso eu já esperava, não moço? E deu uma gargalhada longa. Passamos pelo portal aberto e do outro lado vi muitos espíritos com os mais diversos aspectos, doentes, deformados, revoltados e tudo mais o que se possa imaginar.
- Por que estamos aqui Senhor?
- Você não sabe? Respondeu ele inquirindo-me.
- Estou confuso. Respondi.
- Você veio trabalhar moço! E gargalhou novamente.
- Trabalhar? Sozinho? Não vejo mais ninguém aqui para me ajudar.
- Aqui quem precisa de ajuda são esses seus irmãos moço, não você!
- Mas o que eu devo fazer? Perguntei.
- Você não sabe moço? Novamente perguntou-me e continuou:
- Ah, você está confuso, não é mesmo? Ironicamente perguntou e continuou:
- Qual a função do religioso, do médium esclarecido, no mundo material?
- Orientar, esclarecer, ajudar, não é? Respondi.
- Isso tudo também. Mas o principal é acolher os seus irmãos, abraçá-los e amá-los fraternalmente, dar sentido às suas vidas. - Mas...
– Parei pensativo verificando se o que eu ia falar era coerente, mas o Guardião captou o que eu pensara e respondeu:
- Moço, você só carrega com você as coisas negativas que você permite. Você não vai pegar carga negativa, doença ou um encosto que esteja com um irmão se você não permitir isso, se você estiver preparado e se proteger, certo? - Certo, entendo. Mas afinal de contas o que vou fazer aqui hoje? - Converse com cada um desses seus irmãos aqui. Com todos ao mesmo tempo, mas com cada um em particular. Alguns só precisam saber que alguém os ama e que Deus não os abandonou, precisam de um abraço de um irmão que não vai lhes cobrar nada por isso, precisam entender por que eles estão aqui, o que causou sua queda consciencial. Outros precisam de um pouco de energia vital, para esses estenda suas mãos e projete a eles vossa energia.
- E eu consigo fazer isso aqui no espiritual? Projetar minha energia?
- Claro moço! Afinal, você está ligado à matéria através do cordão de prata ligado ao seu corpo material, mas disso você sabe e não precisa de maiores explicações, sei que sua pergunta foi retórica. Após algumas horas fazendo o que o Senhor Guardião me ensinou quase todos os que estavam naquele local se foram, e ele, que acompanhara todos os momentos, me falou:
- É isso ai moço, hora de irmos embora. Espero que você agora tenha certeza do trabalho que está fazendo e de que ele será de grande serventia. - Acho que agora tenho um pouco menos de receio das críticas Senhor. - Não se preocupe com elas e continue a fazer seu trabalho, acordado e dormindo. Por que você sabe que tem os trabalhos que deve fazer durante o desdobramento, mas têm outros que deve fazer acordado, não? E esses trabalhos acordados moço, são a maior parte do trabalho. E gargalhou mais uma vez.
- Vou fazer o possível.
- Pois o faça nem que seja taxado de pirado, aparecido ou irresponsável. Quando você ler uma crítica dessas, lembre-se de tudo que viu hoje e se quiser um motivo para continuar com tudo, que esse motivo seja os irmãos que ajudou aqui hoje. Imagine se mais médiuns fizessem a mesma coisa, não seria importante?
- Seria sim, senhor.
- Pois então, encare o mundo pelo o que você acredita. Com humildade sempre, mas com bastante valentia também. Você consegue conciliar os dois, moço?
- Acho que consigo sim.
- Pois muito bem. Se você fizer o seu trabalho em defesa de um propósito maior, pelo que acredita, nós o ampararemos. Agora atravesse o portal de volta e quando acordar escreva tudo isso que conversamos, está bem?
- Certo, escreverei sim.
- Salve moço.
- Salve Senhor, até a próxima. Quando passei pelo portal acordei imediatamente. Eram cinco horas da manhã. Então levantei e escrevi tudo como me foi pedido por meu mestre Guardião.
Salve meu mestre, meu irmão, meu amigo e meu protetor. Laroyê!
Desdobrando com um
Guardião
Certa noite, já muito tarde, deitado em minha cama, eu estava pensativo
quanto a algumas críticas que recebi. Alguns me chamavam de
irresponsável, outros diziam que era bobagem minha, e outros diziam como
seria possível trabalhar mediunicamente dormindo se muitos não faziam
isso direito nem acordados.
Apesar de uma boa quantidade de irmãos elogiarem o texto, foram as
críticas que se fixaram em minha mente, como não podia deixar de ser,
não é? Afinal, damos mais valor ao negativo e às críticas do que eles
merecem.
Em um determinado momento, percebi a aproximação do Senhor Guardião que
me acompanha. Saudei-o e ele se fez visível aos meus olhos. Emocionei-me
com tão raro fato, já que não tenho clarividência e, normalmente, só
vejo o mundo espiritual quando desdobrado durante o sono.
As lágrimas brotaram de meus olhos, ajoelhei-me novamente e bati cabeça a
esse querido Guardião.
- Salve Senhor, obrigado por tudo.
- Salve moço, mas levante-se. – Ordenou-me e continuou:
- Estou aqui por um motivo. Por que lhe preocupam tanto as críticas
moço?
- Não sei Senhor, mas elas me incomodam. Talvez seja porque sei que o
que escrevi é verdade, mas me incomodo pelas pessoas acharem que possa
ser besteira.
- Entendo, mas se você sabe e concorda que é verdade, isso não seria o
bastante para fazê-lo deixar para lá tudo isso e continuar seu trabalho?
- Sim concordo, mas tudo isso não deveria ser divulgado cada vez mais às
pessoas para que elas possam se servir de todas as possibilidades
disponíveis a elas?
- Esse trabalho de divulgar cabe a você moço, mas não espere que todos
entendam ou concordem. Faça sua parte e deixe que cada um aproveite como
quiser.
- Entendi, vou fazer assim então Senhor.
- Muito bem moço. Agora vamos ao trabalho, vim aqui porque quero lhe
mostrar algo para justificar seu trabalho e tudo o que eu lhe disse até
agora. Deite-se na intenção de desdobrar-se, que eu o conduzirei.
- Sim Senhor. Respondi já voltando para a cama.
Após as orações habituais e relaxamento, adormeci e vi-me desdobrado ao
lado da cama, o Guardião à minha frente apontou-me uma passagem na
direção em que, no material, ficava a janela do quarto.
- Essa passagem fica sempre aqui? Perguntei preocupado.
- Não moço, eu abri esse portal para que pudéssemos ir rápido ao local
que quero mostrar-lhe.
- Então vamos que já estou ansioso! Respondi com um sorriso.
- Isso eu já esperava, não moço? E deu uma gargalhada longa.
Passamos pelo portal aberto e do outro lado vi muitos espíritos com os
mais diversos aspectos, doentes, deformados, revoltados e tudo mais o
que se possa imaginar.
- Por que estamos aqui Senhor?
- Você não sabe? Respondeu ele inquirindo-me.
- Estou confuso. Respondi.
- Você veio trabalhar moço! E gargalhou novamente.
- Trabalhar? Sozinho? Não vejo mais ninguém aqui para me ajudar.
- Aqui quem precisa de ajuda são esses seus irmãos moço, não você!
- Mas o que eu devo fazer? Perguntei.
- Você não sabe moço? Novamente perguntou-me e continuou:
- Ah, você está confuso, não é mesmo? Ironicamente perguntou e
continuou:
- Qual a função do religioso, do médium esclarecido, no mundo material?
- Orientar, esclarecer, ajudar, não é? Respondi.
- Isso tudo também. Mas o principal é acolher os seus irmãos, abraçá-los
e amá-los fraternalmente, dar sentido às suas vidas.
- Mas... – Parei pensativo verificando se o que eu ia falar era
coerente, mas o Guardião captou o que eu pensara e respondeu:
- Moço, você só carrega com você as coisas negativas que você permite.
Você não vai pegar carga negativa, doença ou um encosto que esteja com
um irmão se você não permitir isso, se você estiver preparado e se
proteger, certo?
- Certo, entendo. Mas afinal de contas o que vou fazer aqui hoje?
- Converse com cada um desses seus irmãos aqui. Com todos ao mesmo
tempo, mas com cada um em particular. Alguns só precisam saber que
alguém os ama e que Deus não os abandonou, precisam de um abraço de um
irmão que não vai lhes cobrar nada por isso, precisam entender por que
eles estão aqui, o que causou sua queda consciencial. Outros precisam de
um pouco de energia vital, para esses estenda suas mãos e projete a
eles vossa energia.
- E eu consigo fazer isso aqui no espiritual? Projetar minha energia?
- Claro moço! Afinal, você está ligado à matéria através do cordão de
prata ligado ao seu corpo material, mas disso você sabe e não precisa de
maiores explicações, sei que sua pergunta foi retórica.
Após algumas horas fazendo o que o Senhor Guardião me ensinou quase
todos os que estavam naquele local se foram, e ele, que acompanhara
todos os momentos, me falou:
- É isso ai moço, hora de irmos embora. Espero que você agora tenha
certeza do trabalho que está fazendo e de que ele será de grande
serventia.
- Acho que agora tenho um pouco menos de receio das críticas Senhor.
- Não se preocupe com elas e continue a fazer seu trabalho, acordado e
dormindo. Por que você sabe que tem os trabalhos que deve fazer durante o
desdobramento, mas têm outros que deve fazer acordado, não? E esses
trabalhos acordados moço, são a maior parte do trabalho. E gargalhou
mais uma vez.
- Vou fazer o possível.
- Pois o faça nem que seja taxado de pirado, aparecido ou irresponsável.
Quando você ler uma crítica dessas, lembre-se de tudo que viu hoje e se
quiser um motivo para continuar com tudo, que esse motivo seja os
irmãos que ajudou aqui hoje. Imagine se mais médiuns fizessem a mesma
coisa, não seria importante?
- Seria sim, senhor.
- Pois então, encare o mundo pelo o que você acredita. Com humildade
sempre, mas com bastante valentia também. Você consegue conciliar os
dois, moço?
- Acho que consigo sim.
- Pois muito bem. Se você fizer o seu trabalho em defesa de um propósito
maior, pelo que acredita, nós o ampararemos. Agora atravesse o portal
de volta e quando acordar escreva tudo isso que conversamos, está bem?
- Certo, escreverei sim.
- Salve moço.
- Salve Senhor, até a próxima.
Quando passei pelo portal acordei imediatamente. Eram cinco horas da
manhã.
Então levantei e escrevi tudo como me foi pedido por meu mestre
Guardião.
Salve meu mestre, meu irmão, meu amigo e meu protetor.
Laroyê!
Certa noite, já muito
tarde, deitado em minha cama, eu estava pensativo quanto a algumas
críticas que recebi. Alguns me chamavam de irresponsável, outros diziam
que era bobagem minha, e outros diziam como seria possível trabalhar
mediunicamente dormindo se muitos não faziam isso direito nem acordados.
Apesar de uma boa quantidade de irmãos elogiarem o texto, foram as
críticas que se fixaram em minha mente, como não podia deixar de ser,
não é? Afinal, damos mais valor ao negativo e às críticas do que eles
merecem.
Em um determinado momento, percebi a aproximação do Senhor Guardião que
me acompanha. Saudei-o e ele se fez visível aos meus olhos. Emocionei-me
com tão raro fato, já que não tenho clarividência e, normalmente, só
vejo o mundo espiritual quando desdobrado durante o sono.
As lágrimas brotaram de meus olhos, ajoelhei-me novamente e bati cabeça a
esse querido Guardião.
- Salve Senhor, obrigado por tudo.
- Salve moço, mas levante-se. – Ordenou-me e continuou:
- Estou aqui por um motivo. Por que lhe preocupam tanto as críticas
moço?
- Não sei Senhor, mas elas me incomodam. Talvez seja porque sei que o
que escrevi é verdade, mas me incomodo pelas pessoas acharem que possa
ser besteira.
- Entendo, mas se você sabe e concorda que é verdade, isso não seria o
bastante para fazê-lo deixar para lá tudo isso e continuar seu trabalho?
- Sim concordo, mas tudo isso não deveria ser divulgado cada vez mais às
pessoas para que elas possam se servir de todas as possibilidades
disponíveis a elas?
- Esse trabalho de divulgar cabe a você moço, mas não espere que todos
entendam ou concordem. Faça sua parte e deixe que cada um aproveite como
quiser.
- Entendi, vou fazer assim então Senhor.
- Muito bem moço. Agora vamos ao trabalho, vim aqui porque quero lhe
mostrar algo para justificar seu trabalho e tudo o que eu lhe disse até
agora. Deite-se na intenção de desdobrar-se, que eu o conduzirei.
- Sim Senhor. Respondi já voltando para a cama.
Após as orações habituais e relaxamento, adormeci e vi-me desdobrado ao
lado da cama, o Guardião à minha frente apontou-me uma passagem na
direção em que, no material, ficava a janela do quarto.
- Essa passagem fica sempre aqui? Perguntei preocupado.
- Não moço, eu abri esse portal para que pudéssemos ir rápido ao local
que quero mostrar-lhe.
- Então vamos que já estou ansioso! Respondi com um sorriso.
- Isso eu já esperava, não moço? E deu uma gargalhada longa.
Passamos pelo portal aberto e do outro lado vi muitos espíritos com os
mais diversos aspectos, doentes, deformados, revoltados e tudo mais o
que se possa imaginar.
- Por que estamos aqui Senhor?
- Você não sabe? Respondeu ele inquirindo-me.
- Estou confuso. Respondi.
- Você veio trabalhar moço! E gargalhou novamente.
- Trabalhar? Sozinho? Não vejo mais ninguém aqui para me ajudar.
- Aqui quem precisa de ajuda são esses seus irmãos moço, não você!
- Mas o que eu devo fazer? Perguntei.
- Você não sabe moço? Novamente perguntou-me e continuou:
- Ah, você está confuso, não é mesmo? Ironicamente perguntou e
continuou:
- Qual a função do religioso, do médium esclarecido, no mundo material?
- Orientar, esclarecer, ajudar, não é? Respondi.
- Isso tudo também. Mas o principal é acolher os seus irmãos, abraçá-los
e amá-los fraternalmente, dar sentido às suas vidas.
- Mas... – Parei pensativo verificando se o que eu ia falar era
coerente, mas o Guardião captou o que eu pensara e respondeu:
- Moço, você só carrega com você as coisas negativas que você permite.
Você não vai pegar carga negativa, doença ou um encosto que esteja com
um irmão se você não permitir isso, se você estiver preparado e se
proteger, certo?
- Certo, entendo. Mas afinal de contas o que vou fazer aqui hoje?
- Converse com cada um desses seus irmãos aqui. Com todos ao mesmo
tempo, mas com cada um em particular. Alguns só precisam saber que
alguém os ama e que Deus não os abandonou, precisam de um abraço de um
irmão que não vai lhes cobrar nada por isso, precisam entender por que
eles estão aqui, o que causou sua queda consciencial. Outros precisam de
um pouco de energia vital, para esses estenda suas mãos e projete a
eles vossa energia.
- E eu consigo fazer isso aqui no espiritual? Projetar minha energia?
- Claro moço! Afinal, você está ligado à matéria através do cordão de
prata ligado ao seu corpo material, mas disso você sabe e não precisa de
maiores explicações, sei que sua pergunta foi retórica.
Após algumas horas fazendo o que o Senhor Guardião me ensinou quase
todos os que estavam naquele local se foram, e ele, que acompanhara
todos os momentos, me falou:
- É isso ai moço, hora de irmos embora. Espero que você agora tenha
certeza do trabalho que está fazendo e de que ele será de grande
serventia.
- Acho que agora tenho um pouco menos de receio das críticas Senhor.
- Não se preocupe com elas e continue a fazer seu trabalho, acordado e
dormindo. Por que você sabe que tem os trabalhos que deve fazer durante o
desdobramento, mas têm outros que deve fazer acordado, não? E esses
trabalhos acordados moço, são a maior parte do trabalho. E gargalhou
mais uma vez.
- Vou fazer o possível.
- Pois o faça nem que seja taxado de pirado, aparecido ou irresponsável.
Quando você ler uma crítica dessas, lembre-se de tudo que viu hoje e se
quiser um motivo para continuar com tudo, que esse motivo seja os
irmãos que ajudou aqui hoje. Imagine se mais médiuns fizessem a mesma
coisa, não seria importante?
- Seria sim, senhor.
- Pois então, encare o mundo pelo o que você acredita. Com humildade
sempre, mas com bastante valentia também. Você consegue conciliar os
dois, moço?
- Acho que consigo sim.
- Pois muito bem. Se você fizer o seu trabalho em defesa de um propósito
maior, pelo que acredita, nós o ampararemos. Agora atravesse o portal
de volta e quando acordar escreva tudo isso que conversamos, está bem?
- Certo, escreverei sim.
- Salve moço.
- Salve Senhor, até a próxima.
Quando passei pelo portal acordei imediatamente. Eram cinco horas da
manhã.
Então levantei e escrevi tudo como me foi pedido por meu mestre
Guardião.
Salve meu mestre, meu irmão, meu amigo e meu protetor.
Laroyê!
Desdobrando com um
Guardião
Certa noite, já muito tarde, deitado em minha cama, eu estava pensativo
quanto a algumas críticas que recebi. Alguns me chamavam de
irresponsável, outros diziam que era bobagem minha, e outros diziam como
seria possível trabalhar mediunicamente dormindo se muitos não faziam
isso direito nem acordados.
Apesar de uma boa quantidade de irmãos elogiarem o texto, foram as
críticas que se fixaram em minha mente, como não podia deixar de ser,
não é? Afinal, damos mais valor ao negativo e às críticas do que eles
merecem.
Em um determinado momento, percebi a aproximação do Senhor Guardião que
me acompanha. Saudei-o e ele se fez visível aos meus olhos. Emocionei-me
com tão raro fato, já que não tenho clarividência e, normalmente, só
vejo o mundo espiritual quando desdobrado durante o sono.
As lágrimas brotaram de meus olhos, ajoelhei-me novamente e bati cabeça a
esse querido Guardião.
- Salve Senhor, obrigado por tudo.
- Salve moço, mas levante-se. – Ordenou-me e continuou:
- Estou aqui por um motivo. Por que lhe preocupam tanto as críticas
moço?
- Não sei Senhor, mas elas me incomodam. Talvez seja porque sei que o
que escrevi é verdade, mas me incomodo pelas pessoas acharem que possa
ser besteira.
- Entendo, mas se você sabe e concorda que é verdade, isso não seria o
bastante para fazê-lo deixar para lá tudo isso e continuar seu trabalho?
- Sim concordo, mas tudo isso não deveria ser divulgado cada vez mais às
pessoas para que elas possam se servir de todas as possibilidades
disponíveis a elas?
- Esse trabalho de divulgar cabe a você moço, mas não espere que todos
entendam ou concordem. Faça sua parte e deixe que cada um aproveite como
quiser.
- Entendi, vou fazer assim então Senhor.
- Muito bem moço. Agora vamos ao trabalho, vim aqui porque quero lhe
mostrar algo para justificar seu trabalho e tudo o que eu lhe disse até
agora. Deite-se na intenção de desdobrar-se, que eu o conduzirei.
- Sim Senhor. Respondi já voltando para a cama.
Após as orações habituais e relaxamento, adormeci e vi-me desdobrado ao
lado da cama, o Guardião à minha frente apontou-me uma passagem na
direção em que, no material, ficava a janela do quarto.
- Essa passagem fica sempre aqui? Perguntei preocupado.
- Não moço, eu abri esse portal para que pudéssemos ir rápido ao local
que quero mostrar-lhe.
- Então vamos que já estou ansioso! Respondi com um sorriso.
- Isso eu já esperava, não moço? E deu uma gargalhada longa.
Passamos pelo portal aberto e do outro lado vi muitos espíritos com os
mais diversos aspectos, doentes, deformados, revoltados e tudo mais o
que se possa imaginar.
- Por que estamos aqui Senhor?
- Você não sabe? Respondeu ele inquirindo-me.
- Estou confuso. Respondi.
- Você veio trabalhar moço! E gargalhou novamente.
- Trabalhar? Sozinho? Não vejo mais ninguém aqui para me ajudar.
- Aqui quem precisa de ajuda são esses seus irmãos moço, não você!
- Mas o que eu devo fazer? Perguntei.
- Você não sabe moço? Novamente perguntou-me e continuou:
- Ah, você está confuso, não é mesmo? Ironicamente perguntou e
continuou:
- Qual a função do religioso, do médium esclarecido, no mundo material?
- Orientar, esclarecer, ajudar, não é? Respondi.
- Isso tudo também. Mas o principal é acolher os seus irmãos, abraçá-los
e amá-los fraternalmente, dar sentido às suas vidas.
- Mas... – Parei pensativo verificando se o que eu ia falar era
coerente, mas o Guardião captou o que eu pensara e respondeu:
- Moço, você só carrega com você as coisas negativas que você permite.
Você não vai pegar carga negativa, doença ou um encosto que esteja com
um irmão se você não permitir isso, se você estiver preparado e se
proteger, certo?
- Certo, entendo. Mas afinal de contas o que vou fazer aqui hoje?
- Converse com cada um desses seus irmãos aqui. Com todos ao mesmo
tempo, mas com cada um em particular. Alguns só precisam saber que
alguém os ama e que Deus não os abandonou, precisam de um abraço de um
irmão que não vai lhes cobrar nada por isso, precisam entender por que
eles estão aqui, o que causou sua queda consciencial. Outros precisam de
um pouco de energia vital, para esses estenda suas mãos e projete a
eles vossa energia.
- E eu consigo fazer isso aqui no espiritual? Projetar minha energia?
- Claro moço! Afinal, você está ligado à matéria através do cordão de
prata ligado ao seu corpo material, mas disso você sabe e não precisa de
maiores explicações, sei que sua pergunta foi retórica.
Após algumas horas fazendo o que o Senhor Guardião me ensinou quase
todos os que estavam naquele local se foram, e ele, que acompanhara
todos os momentos, me falou:
- É isso ai moço, hora de irmos embora. Espero que você agora tenha
certeza do trabalho que está fazendo e de que ele será de grande
serventia.
- Acho que agora tenho um pouco menos de receio das críticas Senhor.
- Não se preocupe com elas e continue a fazer seu trabalho, acordado e
dormindo. Por que você sabe que tem os trabalhos que deve fazer durante o
desdobramento, mas têm outros que deve fazer acordado, não? E esses
trabalhos acordados moço, são a maior parte do trabalho. E gargalhou
mais uma vez.
- Vou fazer o possível.
- Pois o faça nem que seja taxado de pirado, aparecido ou irresponsável.
Quando você ler uma crítica dessas, lembre-se de tudo que viu hoje e se
quiser um motivo para continuar com tudo, que esse motivo seja os
irmãos que ajudou aqui hoje. Imagine se mais médiuns fizessem a mesma
coisa, não seria importante?
- Seria sim, senhor.
- Pois então, encare o mundo pelo o que você acredita. Com humildade
sempre, mas com bastante valentia também. Você consegue conciliar os
dois, moço?
- Acho que consigo sim.
- Pois muito bem. Se você fizer o seu trabalho em defesa de um propósito
maior, pelo que acredita, nós o ampararemos. Agora atravesse o portal
de volta e quando acordar escreva tudo isso que conversamos, está bem?
- Certo, escreverei sim.
- Salve moço.
- Salve Senhor, até a próxima.
Quando passei pelo portal acordei imediatamente. Eram cinco horas da
manhã.
Então levantei e escrevi tudo como me foi pedido por meu mestre
Guardião.
Salve meu mestre, meu irmão, meu amigo e meu protetor.
Laroyê!