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D O B U R U

OGÃ / OGÁNS (Jeje Mahin)



Ogã é um cargo de suma importância dentro de uma casa de santo, pois é ele quem toca os atabaques, instrumento de percussão que chamam as divindades para a terra, a fim de que possam se manifestar através de seus eleitos para serem reverenciados por todos que se encontram na festividade. Além de exercerem outras funções imprescindíveis para que um templo possa funcionar.

Dentro da nação Angola, o ogã é uma espécie de Abikú, diferentemente do que acontece em algumas outras nações. Seu cargo é visto pelo sacerdote em jogo de búzios e então ele será iniciado para esse sacerdócio.

Sim, o cargo de ogã é um tipo de sacerdócio, pois ele é que vai também, auxiliar o sumo sacerdote em diversas tarefas, inclusive na iniciação dos filhos de santo. Quando uma pessoa tem esse cargo, sua vida dentro do santo é bem diferente daqueles que se incorporam com Orixá, a começar por sua iniciação.

Um rodante, como chamamos as pessoas que incorporam, passa por um bori, e começa a ser um abiã dentro da casa de santo, onde seus direitos são muito poucos.

Mais tarde quando vai para a iniciação, passa por um período de vinte e um dias recluso. Já o ogã, a partir do momento em que é apontado e suspenso, já começa a ser chamado de pai, e assim sendo tem o respeito de todos daquela casa, bem como de outras casas.

Sua iniciação se dá com sete dias de reclusão e ele já sai com seus direitos, ou seja, "nasce com sete anos” como falamos no Candomblé. Porém, terá que passar por todas as obrigações normais de uma pessoa, até que complete a de vinte e um anos.

Essas obrigações são para que complete o ciclo pendente que seu Orixá, traz de outras encarnações. Uma pessoa é ogã, pois seu Orixá em outros tempos já passou pela fase de iniciação como rodante, assim sendo, precisa que seu filho apenas cumpra essa fase para que ele, como Orixá possa dar como cumprida a sua missão perante Orumilá.

Um ogã tem como função, além de tocar os atabaques, o zelo pelos mesmos, mantendo-os sempre em condições de serem utilizados. Além disso, é ele o responsável por retirar o couro dos animais sacrificados, de cuidar para que a casa esteja dentro das leis que regem o candomblé, cuida para que o zelador esteja sempre a par de tudo que acontece na roça, mantém os filhos de santo dentro das normas exigidas.

Algumas funções são pertinentes somente a alguns cargos de ogã. Por exemplo, a matança, ou seja, o sacrifício dos animais, pertence ao Axogum, cargo de suprema hierarquia, pois ele é o sacerdote da faca, é o homem que tem mão de faca, estando apto a realizar os cortes para qualquer entidade. É ele, inclusive, que tem o direito de jogar búzios para algum filho de santo, quando do impedimento do sumo sacerdote da casa.

O Axogum não pode errar jamais, afinal ele trabalha em conjunto com o Babalorixá ou com a Yalorixá, auxiliando-os em todos os instantes em cada função. Somente pessoa de altíssima confiança do sumo sacerdote ou sacerdotisa, pode exercer essa função, afinal ele tem a capacidade, a autoridade para imolar os animais, alimentando assim o santo de uma pessoa.

Se ele foi apontado e feito para o santo regente da casa, ele é pai do zelador, pai de seu Orixá e tem até mesmo o direito de sacrificar para o santo do zelador, afinal ele é o escolhido para essa função.

Existem ainda outras qualidades de ogã, como:

Alabê que é o que toca os instrumentos denominados de atabaques. É o grande maestro e sob sua batuta os instrumentos ecoam seus sons, avisando aos Orixás que mais uma festa em seu louvor está acontecendo. Graças a esses ogãs, é que temos a maravilha chamada roda de santo, ocasião em que podemos mostrar nosso amor a essas divindades, dançando seus ritmos louvando assim, toda a existência na Terra, que sem a permissão de Olorúm, jamais aconteceria.

O Pejigan, aquele responsável por zelar do altar sagrado da casa. A palavra pejigan assim se traduz: peji = altar, gan = senhor. Em algumas casas, dependendo da nação, ele é o de maior importância, sendo considerado o chefe dos ogãs. É a ele que se reportam quando necessitam de alguma informação sobre determinados assuntos e, o zelador não está ou não pode atender naquele momento, devido a algum impedimento.

Todas as qualidades de ogã são de suma importância para uma casa de santo, e nenhuma pode ser edificada sem a presença dos mesmos, afinal, são eles, os pais de todos os rodantes, aqueles eleitos pelos Orixás para serem seus representantes com altas patentes.

Independente do cargo, se um ogã é suspenso e confirmado para o santo do zelador, ele é pai do mesmo e assim devem andar em harmonia, pois o Orixá, dono da casa, os escolheu para zelar por seu templo. Nesse caso ele é iniciado pelo sacerdote que iniciou aquele zelador.

Em qualquer casa aonde chegar, um ogã deve ser respeitado, pois não pediu para nascer assim, foi escolhido pelos "deuses” para aquela função.

A palavra ogã, deriva da palavra Jêje, que significa chefe, dirigente. Um sacerdote que permanece lúcido durante todas as obrigações não importando qual seja

O fato de o ogã não se incorporar, não significa que ele não tenha intuições ou mesmo que não sinta a presença do santo. Ao contrário: os ogãs possuem alta sensibilidade intuitiva, são capazes de auxiliar o sumo sacerdote até mesmo quando esse enfrenta uma dificuldade, por exemplo, de interpretar determinado assunto no jogo de búzios, são grande sensitivos e sentem a presença de seus Orixás, podendo até mesmo sentir um arrepio ou algo parecido.

Os cargos de ogã são exclusivamente masculinos e jamais uma mulher poderá exercer a função do mesmo. Inclusive o ato de tocar atabaques, é uma aptidão somente para eles. Pois são eles; preparados para tal finalidade. Não incorporam, e assim podem chamar os Orixás até mesmo das pessoas mais antigas que estiverem presentes naquele momento.

Costumam os ogãs saberem todos os fundamentos dos Orixás, dado a sua falta de incorporação. Foram escolhidos para esse sacerdócio e ai daqueles que censurarem um ogã ou mesmo não o respeitar como pai. Sua importância é tanta, que ao falecer uma pessoa, o axexê, ou seja, a cerimônia fúnebre, jamais pode ser realizada sem ele, afinal além de tocar, os instrumentos sagrados, anunciando que a pessoa não mais pertence ao mundo dos vivos, é ele quem preside o ato de despachar os pertences da pessoa.

Quando um Orixá escolhe uma pessoa como seu ogã ou mesmo, como ogã da casa, está entregando a ele, mais que um cargo. O Orixá na verdade o consagra como um sacerdote, uma pessoa que deverá manter sua casa aberta, e ainda, zelar para que todas as obrigações sejam feitas dentro das normalidades.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

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OGÁNS (Jeje Mahin)


OGÁN, nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé.
 
Ogan Apontado, pessoa apontada como possível candidato a Ogán. Equivalente ao Ogán suspenso.
  
Ogan Suspenso, pessoa escolhida por um Voduns, Inkices ou Orixás para ser um Ogán, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogáns da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogán.

Nessa primeira coluna falaremos sobre a importância dos ogáns nos rituais religiosos de candomblé. Começaremos deixando bem claro que os ogáns nao são concorrentes dos babalorixás e sim aliados fieis.

São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o Voduns, Inkices ou Òrìxà, ainda assim, são filhos de muita fé, sem em nenhum momento duvidar da existência dos orixás pelo fato de não sentirem o êxtase do transe mediunico. Foram escolhidos pelos Voduns, Inkices ou orixás para seus filhos e, como tal, eles devem apresentar-se numa casa de Voduns, Inkices ou Òrìsà.

Uma vez aceitos e devidamente entronizados na casa com seus devidos cargos (oyes), eles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìxà, atendendo também aos critérios e normas que cada casa de axé impõe aos seus filhos no regimento interno, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogán .

São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias, para o exercício de suas atribuições dentro de seus respectivos ile´s.

Ocupam vários cargos da casa de Jeje Mahin. Os mais conhecidos são.

1.Kpεnjígán (Pejigã): Responsável por todos os pejis da casa, é quem sacrifica os animais de 4 pata. Significa: Kpεnjí = sobre o altar + Gán = senhor. Trazendo a idéia de ”Senhor que zela o altar”. Ou ainda: Kpεn = pedra + Jí = verbo gerar + Gán = senhor. Trazendo idéia de "O senhor que gera (ou dá a vida) à pedra”.

2.Gannyikpέn (Gaimpê): Auxiliar do Kpέnjígàn, responsável pela invocação dos voduns. Pode substituir o kpέnjígàn.

3.Agbájígán (Bajigã): Responsável pelo agbasá (salão) e pelos cânticos. Também cuida dos pátios e dos atinsás.

4.Gánkutó: Responsável pelos ritos aos ancestrais e por Ayizan.

5.Gantó: Responsável pelo Gã, instrumento de metal que tem a mesma importância que os atabaques. É utilizado em todas as cerimônias.

6.Sojatin: Responsável pelos cuidados específicos dos Atinsas – as árvores sagradas. Pode também ser o conhecedor das folhas.

7.Húntó (runtó): dono do tambor. Responsável pelos atabaques, cantigas e rezas.

8.Húntógán (runtogã): Chefe dos húntó.

9.Rundevá, Rundeví, Seneví : Títulos dados em hierarquia para os ogans tocadores de atabaque (Rum, Rumpi, Lé).

Em uma casa de Voduns, Inkices ou Orixá, seja ela de Umbanda ou Candomblé,
além do sacerdote, popularmente chamado de Pai ou Mãe-de-Santo, possuem outros elementos que dão suporte aos nossos trabalhos, e que são por excelência considerados autoridades na casa. O Ogan é um destes elementos.
Uma das principais características destes irmãos, é a capacidade mediúnica de ativar correntes energéticas e vibratórias através do canto e do toque, são eles o complemento fundamental para a concepção da força vibratória de um terreiro.
Ser Ogan, é ser detentor de um privilegio de poucos, é ser um sacerdote específico de louvor aos Voduns, Inkices ou orixás, é ser responsável pela alegria e vibração positiva do terreiro, responsabilidade que não se atribuí em igualdade litúrgica aos médiuns de corrente, aos quais são atribuídas outras responsabilidades dentro da linha doutrinária de cada terreiro,são elementos de extrema importância e confiança do líder espiritual da casa.
O Ogan  é por excelência um Pai espiritual, pois normalmente são exímios conhecedores das rezas e fundamentos de cada Voduns, Inkices ou orixá. Durante os trabalhos, sabem a hora exata de se entoar cada canto, seja ele para limpeza de um médium, ou seja para fortalecimento do terreiro.
É imprescindível salientarmos que,
o Candomblé e na Umbanda possuí ensinamentos e fundamentos específicos para a formação e fortalecimento do Ogan, enquanto parte de um corpo sacerdotal, no entanto, notamos que a falta do conhecimento em muitos casos, fazem com que o cargo ou título em questão, tenha um sentido menos valorativo em relação aos demais dentro de um terreiro, o que não é verdade!, Pois o dom, é uma dádiva de Deus, não é imposto, ele nasce com o homem.
Os fundamentos litúrgicos em relação à formação do Ogan, são apenas atos que confirmam o que Deus já consagrou, no entanto, a ausência destes atos na vida do Ogan, em nada diminui sua importância enquanto sacerdote, apenas deixa em aberto alguns fundamentos de suma importância para o seu crescimento espiritual, e de auto valorização do Ogan de Umbanda.
Meus amados tratem com carinho e devoção seus Ogans, pois são eles que de alguma forma, fazem com que os caminhos á serem trilhados dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.



Kolofé Olorún Kolofé


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Os ogáns são como uma espécie de guardiões do Terreiro. Além de contribuir com o zelo dos Òrìsàs, eles também zelam pelo Terreiro.

Um grande Ògán, ao chegar à Casa, após se purificar por meio das folhas sagradas, se vestir adequadamente e, saudar o seu Sacerdote, busca realizar sua funções com esmero. Mas afinal, quais são essas funções? Conforme mencionado, além do cuidado com os atabaques (manutenção), também é papel do Ògán contribuir para que tudo caminhe vem no Terreiro. Um grande Ògán, busca defender o a sua comunidade, o seu asè de forma contundente, fazendo de tudo para que o mesmo seja preservado. Um gane Ògán busca preservar as edificações do seu Terreiro, estando sempre atento para qualquer e eventual dano, como, por exemplo, a necessidade da troca de uma telha, ou um degrau danificado em uma escada.Um grande Ògán se dedica em diversos âmbitos, como aprender os toques, os cânticos, os animais, as folhas.

Existem Ògáns que são exímios conhecedores de folhas e suas virtudes, que aprenderam desde como colher as sagradas ervas dos Òrìsàs até as suas propriedades medicinais e religiosàs. Cabe ao Ògán o cuidado especial e indispensável com os animais que serão ofertados aos Deuses, de modo que a oferta seja aceita de forma plena. Um grande Ògán sabe como entregar um sacrifício, de modo que o mesmo seja conduzido conforme a necessidade específica de cada problema.

Todo esse conhecimento demora anos, cabendo ao Ògán estar sempre atento às palavras e conselhos do seu Sacerdote que conduz o seu aprendizado religioso.