Oxalá é o Orixá criador do mundo e da espécie humana, sincretizado com Jesus Cristo, pode-se dizer que representa a santíssima trindade cultuada pela Igreja Católica. No Candomblé apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguian, e velho – chamado Oxalufan. Na Umbanda Oxalá é cultuado sem desdobramentos, como Orixá Maior, absoluto, abaixo somente de Zambi, o Deus supremo e inatingível. A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, a de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira. A saudação para louvar o Pai Oxalá é: "ÊPA BÀBÁ!" e/ou "OXALÁ BÀBÁ". Oxalá é cultuado na Umbanda, Quimbanda, Omolokô, Candomblé, dentre outras religiões de matriz africana, como o maior e mais respeitado de todos os Orixás.
Oxalá simboliza a paz, é calmo, sereno, pacificador; é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertence o olho que tudo vê. Os filhos de Oxalá, ou seja, as pessoas que têm este Orixá como pai-de-cabeça, são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos. Os filhos de Oxalá têm um forte espírito de liderança e tem fama de não gostarem de ser contrariados. São muito dedicados, caprichosos e prezam manter sempre tudo em ordem, com limpeza, beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados, afinal se dá o que se recebe.
Oxalá tem sincretismo com o Senhor do Bonfim na Bahia, ou seja, Jesus Cristo. Isso aconteceu, acredita-se, devido ao fato de os jesuítas terem imposto a fé cristã aos africanos trazidos como escravos ao Brasil, bem como as nações indígenas naturais de nosso país, houve então esta associação natural com a imagem do Santo Católico como forma de resistência a conversão forçada. Por este mesmo motivo existe a crença na qual as datas dos festejos dos Orixás, coincidem com as dos Santos católicos. As imagens dos Santos confundem-se hoje com as dos Orixás, não se sabendo onde começa um, e onde termina o outro. Porém, dentro do Terreiro, ao som dos atabaques, quem incorpora são os Orixás. Pode-se puxar um ponto usando-se, por exemplo, o nome de São Jorge, mas quem monta no "cavalo" é Ogum. As imagens católicas são cultuadas como Orixás, baseados em seus elementos, como: a Luz de Oxalá, a água salgada de Yemanjá, o ferro de Ogum, a água doce de Oxum, as matas de Oxóssi, a pedra de Xangô, as chuvas, ventos e tempestades de Yansã. Os Orixás também são cultuados nos assentamentos, local no qual é colocada uma parte da essência do médium e parte da essência do Orixá no momento do Amassí.
A vibração natural de Oxalá é a Fé, primeira razão do movimento do Universo, campo de atuação primeiro regendo a religiosidade dos seres. A vibratória cósmica originária de Oxalá é de natureza elemental cristalina, cuja presença se encontra em todas as outras vibrações cósmicas ancestrais. Segundo textos antigos o significado do nome Cristo significa cristal, ou cristalino; esta é a referência de todos os mestres da luz que encarnaram na matéria para guiar a humanidade. Suas ondas magnetizadoras despertam a ética e iluminação filosófica nos seres, ou seja a base das religiões, algumas dessas ondas chegam até os nossos olhos cruzadas, fator que tornou o símbolo da cruz como referência ao mestre Jesus Cristo.
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ÀDÚRÀ TI ÒÒSÀÀLÁ
Bàbá esá rè wa
Pai dos ancestrais, venha nos trazer boa sorte
Ewa agba awo a sare wa
Belo ancião do mistério, venha depressa
A je águtan
A sare wa ewa agba awo
Venha depressa belo ancião do mistério
Iba Òrìsà yin agba ògìnyòn.
Saudações Orixá escute-me ancião comedor de inhame pilado.